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From:
Rita Freire <[log in to unmask]>
Reply To:
Date:
Wed, 6 Dec 2006 16:17:33 -0200
Content-Type:
text/plain
Parts/Attachments:
text/plain (85 lines)
Olá Neusa, reproduzimos sua msg (http://www.ciranda.net/spip/mot46.html)
Toda solidariedade ao Recomeço


Citando Neusa Ribeiro <[log in to unmask]>:

> No Brasil, juiz processa responsável por publicação realizada por
> presos, por ter comentado algo sobre a justiça brasileira. Seguem
> informações. Abraços fraterno, Neusa Ribeiro, Porto Alegre/RS.
>
>
> O RECOMEÇO processado
>
>
>
> "Mas a censura indireta age de um modo mais sutil. Não é menos real
> por ser menos aparente. Pouco se fala dela. E, entretanto, é esse
> tipo de censura que mais profundamente define o caráter opressor e
> exclusivista do sistema que existe na maioria dos países
> latino-americanos."
>
> Eduardo Galeano
>
>
>
> Durante cinco anos publicamos o jornal Recomeço impresso e em site
> na internet. Foram 128 edições, nas quais reunimos cerca de 900
> matérias criteriosamente voltadas para a defesa dos direitos humanos
>  e, em especial, sobre a questão carcerária e o sistema penal.
>
>  O objetivo maior do Recomeço foi dar voz aos encarcerados, o
> segmento mais discriminado e oprimido da sociedade. Os presos
> escreviam e os textos eram publicados. Atingimos o feito inédito de
> publicar 1280 textos dos detentos da Unidade Carcerária de
> Leopoldina, MG. Este material ficará na íntegra no site Recomeço,
> pois seria uma perda inestimável deixar desaparecer o resultado de
> um trabalho de tal envergadura.
>
>  Este ano, fui surpreendida por um processo kafquiano. Em função do
> editorial na edição 117 (está no site), o juiz da comarca de
> Leopoldina me acusa de difamação por ter escrito:
>
>
>
> "Não é aceitável a conivência de magistrados, fiscais da lei,
> advogados, enfim, operadores do Direito, com tamanha barbárie. O
> regime atual é um desrespeito à Constituição, à lei, aos cidadãos
> deste país, enfim, à nossa inteligência".
>
>
>
> O editorial faz referência ao regime em que viviam os detentos na
> época, durante onze meses em castigo coletivo, no qual todos ficaram
>  sem banho de sol, 24 horas nas celas, sem nenhuma atividade, sem
> material de higiene e limpeza, sem poder receber alimento
> complementar das famílias, com visita de 15 minutos na grade. Eram
> em média 100 presos, a maioria doente nesse regime de barbárie.
>
>  A LEP - Lei de Execução Penal - é bem clara: não haverá castigo
> coletivo e não poderá exceder 30 dias, a não ser para condenados no
> regime RDD. E o juiz é o responsável pelo cumprimento da lei.
>
>  Já respondi inquérito na polícia, já compareci a uma primeira
> audiência e, no próximo dia 27/11, compareço a uma Audiência de
> Instrução e Julgamento diante de uma ação penal do juiz contra mim.
>
> No Brasil, a liberdade está em perigo. A justiça mais ainda.
>
> Como disse Brecht, se nos calamos diante do arbítrio, amanhã pode
> ser qualquer um de nós.
>
>
>
> http://jrecomeco.blog.uol.com.br/
>
> Artigo no site de La Insignia
>
> http://www.lainsignia.org/2006/diciembre/ibe_017.htm
>
>
>
>
>
> http://jrecomeco.blog.uol.com.br/

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